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domingo, 13 de março de 2011

" Sobrenatural"!

O diario de John Winchester 

6 de novembro de 1983
Enterrei a minha esposa hoje, mesmo enquanto registro esse acontecimento ainda não
consigo acreditar nisso. A semana passada éramos uma família normal, jantando juntos,
assistindo os jogos de beisebol de Dean, comprando brinquedos para Sammy. Porém,
em um segundo, tudo mudou, quando começo a me lembrar... colocar meus
pensamentos em ordem... sinto que vou ficar louco, como se alguém tivesse me
arrancado os braços e tirado meus olhos do rosto... A única coisa que faço é caminhar
sem rumo, sozinho e perdido sem poder fazer nada.
Mary adorava escrever estes cadernos e os guardava ao lado de sua cama, ela dizia que
a ajudava a se lembrar dos pequenos detalhes a respeito das crianças, a meu respeito...
quisera poder estes diários, mas como tudo o mais, eles fora, queimados até as cinzas.
Ela sempre quis que eu fizesse o mesmo, na melhor das hipóteses ela tem razão, esta
hábito pode me ajudar a recordar... a compreender.
13 de novembro de 1983
Nada faz sentido... minha esposa se foi, meus filhos agora não têm uma mãe... As coisas
que presenciei nesta noite, me lembro de ter ouvido Mary gritar, eu corri, mas quando
cheguei tudo estava calmo, somente por um segundo – Sammy estava bem – e estava
seguro do que o que tinha escutado estava um sonho longínquo, muitos filmes de terror
talvez. Porém, pouco depois havia sangue, e quando olhei para o teto, lá estava minha
esposa...
Não sobrou quase nada da casa, queimada até o final e em somente duas horas. Não
temos roupas, não sobrou sequer uma fotografia, queimou inclusive o cofre onde Mary
guardava o seu diário, os títulos e cadernetas de poupança dos meninos e poucas jóias
que tinha, tudo se foi. Como poderia ela perder-se em chamas e desaparecer. Como uma
casa inteira pode ser consumida nas chamas dessa forma, tão rápido, tão quente, como
pode ter sido totalmente destruída e em tão pouco tempo.
Quero a minha esposa de volta, oh meu Deus, eu a quero de volta.

17 de novembro de 1983
Estamos morando com os vizinhos... Mike e Kate, eles estão cuidando dos meninos,
continuam me dizendo o quanto sentem, e que o fogo provavelmente foi um terrível
acidente... problemas com a fiação talvez. Não me faz sentir nada melhor pensar que foi
um acidente ou não. E isto não explica porque ela estava colada no teto, porém o que
posso dizer para essas pessoas? Tentei dizer o que penso para Mike... ou ao menos o
que acredito que aconteceu naquela noite, e ele me olhou de forma estranha.. do jeito
que se olha para uma pessoa estranha, pensando que essa outra pessoa é maluca.
E deve ter comentado com Katie, porque esta manhã disse, assim do nada, que deveria
procurar um psiquiatra. Como poderia falar com um estranho a esse respeito? Nunca
procurei um psiquiatra para nada, nem mesmo quando estive com os Mariners e passei
por tudo o que passei.
Meus amigos acreditam que estou ficando louco. E talvez esteja mesmo.


26 de novembro de 1983
Está bem, vou voltar a tentar escrever, mas não creio que esteja me ajudando em nada.
Nem sei se quero me lembrar do que aconteceu hoje; falei com a polícia novamente,
eles dizem que a investigação continua, mas eu sei que eles não têm a mínima idéia do
que aconteceu. Perguntei se eles determinaram alguma causa para o inicio do incêndio e
eles dizem que ainda não encontraram nada, nem me dizem se consideram o acontecido
como um crime ou não.
Aconteceu uma coisa estranha no interrogatório, eles me fizeram as mesmas perguntas
da noite do acidente: onde estava... como era minha relação com minha esposa... se
havia algum problema com os meninos... O que está acontecendo???
4 de dezembro de 1983
Esta noite eu estava sentado com Sam e Dean no quarto deles, no escuro, quando
escutei umas vozes... Mike disse que era o vento, e está certo, mais do que certo, mas
soa mais como sussurros, como se alguém sussurrasse um nome, muito baixinho, só
com um fôlego, uma vez, mais outra... como se algo saísse da escuridão, e estivesse nos
vigiando...
Fiquei acordado a noite toda, cuidando dos meninos, protegê-los, estou ficando maluco?
Não os deixo sair das minhas vistas desde o incêndio.
Dean ainda não fala muito, tento fazer com que fale alguma coisa, ou ao menos que
jogue um pouco de beisebol comigo. Qualquer coisa para faze-lo sentir-se um menino
novamente. Ele nunca se separa de mim, está sempre ao meu lado, ou ao lado do seu
irmão. Todas as manhãs quando acordo, Dean está dentro do berço, com seus braços em
volta de Sam, como se tivesse que protege-lo do que está lá fora.
Sammy por outro lado, chora muito pedindo por sua mãe. Eu não sei como faze-lo
parar, e parte de mim não quer que se pare, me corta o coração pensar que ele não vai
me lembrar de como era, e eu não posso deixar que sua memória se apague na escuridão
da noite.
7 de dezembro de 1983
A polícia voltou, não posso acreditar, mais perguntas, as mesmas que já respondi um
milhão de vezes. Mais tempo que passo longe dos meus filhos, andando em círculos,
chegando a nenhum lugar. Isto é tudo tão absurdo... tão inútil.
Tomei uma bebida lá pelas sete horas... logo meus filhos adormeceram, estou tomando
outro agora, mas nem isso me ajuda a dormir, preciso manter minha mente clara, às
vezes consigo, mas depois tudo volta a ficar nublado novamente.
Continua

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